
TEMPLO DE JEOVÁ
lascas das pedras para con¬seguir prosperidade e as pedras são muito eficazes". Isso também faz parte da mesma realidade antiga.
Outro aspecto do problema de tratar os quatro Evangelhos como um relato documentário coerente da vida de Jesus é que eles foram escritos em uma época em que a Igreja estava em processo de franca expan¬são e as memórias de seu fundador, dos atos e ditos de Jesus, já haviam assumido formas regulares fixas. Na verdade, é consenso geral que os Evangelhos do Novo Testamento são quatro tentativas de captar, em parte, essa viva tradição oral dentro da Igreja primitiva. Foi Jesus o verdadeiro fundador dessa Igreja, ou apenas sua inspiração? Os Evangelhos parecem demonstrar que ele tinha planejado sua fundação, mas também mostram Jesus como um profeta típico de seu tempo. Jesus já se transformara em personagem dentro de um livro.
Hoje em dia, o local arqueológico de Cafarnaum salienta as dificuldades para se aproximar desse homem e mostra, também, algo das paixões e opiniões envolvidas nas discussões a respeito dele. Pois se essas ruínas são de fato da antiga cidade situada perto do mar da Galileia, onde Jesus viveu e pregou, então é provável que a sinagoga onde, segundo os Evangelhos, ele ensinou e pregou fosse a predecessora do esplêndido monumento que lá está até hoje, agora cui-dadosamente restaurado. Na verdade, o estranho ângulo das brancas paredes de pedra, um pouco enviesadas sobre negros alicerces de basalto, bem podem refletir um desvio da linha da construção anterior, agora demolida.
Depois da destruição de Jerusalém, as preces cotidianas nessa esplêndida sinago¬ga, como em todas as outras, incluíam a maldição sobre os que abandonaram a fé judaica, os minim, como eram chamados. Com freqüência, isso é interpretado como uma referência ao cristianismo primitivo. Diziam que, dos quatro grandes sábios que entraram no jardim proibido do cristianismo e provaram da sua árvore exótica, apenas um, o rabino Aqiba, não foi corrompido.